O Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido pela sigla MST,
é um movimento social brasileiro de inspiração marxista cujo objetivo é a
implantação da reforma agrária no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam
oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária imposto pelo
regime militar, principalmente na década de 1970, o qual priorizava a
colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação
de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente
a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das
terras improdutivas.
Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil
remontarem apenas às ligas camponesas, associações de agricultores que existiam
durante as décadas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico
de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os
portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesmarias por
favor real, de acordo com o direito feudal português, fato este que excluiu em
princípio grande parte da população do acesso direto à terra.
Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras improdutivas como
forma de pressão pela reforma agrária, mas também há reivindicação quanto a
empréstimos e ajuda para que realmente possam produzir nessas terras. Para o
MST, é muito importante que as famílias possam ter escolas próximas ao
assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta
forma, fixar as famílias no campo.
A
organização não tem registro legal por ser um movimento social e, portanto, não
é obrigada a prestar contas a nenhum órgão de governo, como qualquer movimento
social ou associação de moradores.
O movimento recebe apoio de organizações não governamentais e religiosas, do
país e do exterior, interessadas em estimular a reforma agrária e a
distribuição de renda em países em desenvolvimento. Sua principal fonte de
financiamento é a própria base de camponeses já assentados, que contribuem para
a continuidade do movimento.
Dados coletados em diversas pesquisas demonstram que os agricultores
organizados pelo movimento têm conseguido usufruir de melhor qualidade de vida
que os agricultores não organizados.
Por Felipe di Franco
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