Movimento do transporte coletivo
O movimento do transporte
coletivo foi organizado nas principais regiões metropolitanas do Brasil., mas
presente também em localidades como Cubatão (SP), Londrina (PR), Campina Grande
(PB), entre outros.
Ele foi, curiosamente, de acordo
com Ana Maria Doimo, antropóloga que ganhou o prêmio ANPOCS 1994, o que teve
menor presença da Igreja oficial e contou com mais militantes da esquerda
marxista não tradicional. A maior aproximação da esquerda justifica-se, por que
a carência de transporte coletivo no espaço urbano sempre foi saudada como
aquela que mais se aproxima das relações capital VS trabalho.
Um dos principais efeitos que o
MTC teve, nas grandes capitais brasileiras, foi o de paralisá-las. A produção
das mercadorias e os serviços foram inviabilizados pela impossibilidade do
comparecimento da mão-de-obra aos locais de trabalho. Este fato foi histórico e
inédito, pois a cidade não conhecia o poder de estrutura da circulação. (...)
Os transportes adquiriram uma centralidade nunca antes conhecida.
Segundo Ana Maria Doimo, o MTC se
desmobilizou no período de reforma partidária (1980) e nos momentos de
conjuntura eleitoral (1982 e 1986).
Cartaz usado em julho/13 em uma das manifestações contra o aumento da tarifa do transporte coletivo que eclodiram por todo o Brasil. |
A evolução do MTC, seria hoje o equivalente ao movimento do
passe livre. O MPL foi constituído numa plenária realizada em janeiro de 2005
no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, a partir de grupos e coletivos que
pautavam a luta pelo passe livre estudantil em várias cidades brasileiras .
Em 2013 MPL ganha destaque na grande imprensa e a Tarifa
Zero passa a ser tema de ampla discussão política após as grandes manifestações
ocorridas em junho no país, as quais tiveram em grande parte como origem a mobilização
do MPL de São Paulo para barrar o aumento das passagens de transporte coletivo
na cidade. Ao fim de junho de 2013 mais de 100 cidades do país haviam reduzido
a tarifa do transporte, em consequência das manifestações.
A principal bandeira do movimento é a migração do sistema de
transporte privado para um sistema público, fato que garantiria
o acesso universal através do passe livre. Para o movimento, isto traria um
sistema de transporte sem exclusão social. As ações do MPL passam por
trabalhos de divulgação, estudos e análises dos sistemas de transporte locais,
levando essas informações para diversos grupos dentro das cidades. Outra
característica são as manifestações e o uso de ação direta, assim como o
MTC, e intervenções lúdicas e leis de iniciativa popular.
- DOIMO, A. M. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-70. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995.
- Site do movimento do passe livre: http://tarifazero.org/mpl/
Por Eros Augusto
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