sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Movimento do Tranporte Coletivo (MTC)


Movimento do transporte coletivo

O movimento do transporte coletivo foi organizado nas principais regiões metropolitanas do Brasil., mas presente também em localidades como Cubatão (SP), Londrina (PR), Campina Grande (PB), entre outros.
Ele foi, curiosamente, de acordo com Ana Maria Doimo, antropóloga que ganhou o prêmio ANPOCS 1994, o que teve menor presença da Igreja oficial e contou com mais militantes da esquerda marxista não tradicional. A maior aproximação da esquerda justifica-se, por que a carência de transporte coletivo no espaço urbano sempre foi saudada como aquela que mais se aproxima das relações capital VS trabalho.

Um dos principais efeitos que o MTC teve, nas grandes capitais brasileiras, foi o de paralisá-las. A produção das mercadorias e os serviços foram inviabilizados pela impossibilidade do comparecimento da mão-de-obra aos locais de trabalho. Este fato foi histórico e inédito, pois a cidade não conhecia o poder de estrutura da circulação. (...) Os transportes adquiriram uma centralidade nunca antes conhecida.

Segundo Ana Maria Doimo, o MTC se desmobilizou no período de reforma partidária (1980) e nos momentos de conjuntura eleitoral (1982 e 1986).


Cartaz usado em julho/13 em uma das manifestações contra o aumento da tarifa do transporte coletivo que eclodiram por todo o Brasil.


A evolução do MTC, seria hoje o equivalente ao movimento do passe livre. O MPL foi constituído numa plenária realizada em janeiro de 2005 no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, a partir de grupos e coletivos que pautavam a luta pelo passe livre estudantil em várias cidades brasileiras .
Em 2013 MPL ganha destaque na grande imprensa e a Tarifa Zero passa a ser tema de ampla discussão política após as grandes manifestações ocorridas em junho no país, as quais tiveram em grande parte como origem a mobilização do MPL de São Paulo para barrar o aumento das passagens de transporte coletivo na cidade. Ao fim de junho de 2013 mais de 100 cidades do país haviam reduzido a tarifa do transporte, em consequência das manifestações.
A principal bandeira do movimento é a migração do sistema de transporte privado para um sistema público, fato que garantiria o acesso universal através do passe livre. Para o movimento, isto traria um sistema de transporte sem exclusão social. As ações do MPL passam por trabalhos de divulgação, estudos e análises dos sistemas de transporte locais, levando essas informações para diversos grupos dentro das cidades. Outra característica são as manifestações e o uso de ação direta, assim como o MTC, e intervenções lúdicas e leis de iniciativa popular.

 

  • DOIMO, A. M. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-70. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995.




Por Eros Augusto     

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