Outro movimento reivindicativo de
ação direta que nasceu em meados da década de 70 e floresceu intensamente na primeira
metade dos anos 80 e conseguiu sobreviver à década de 90 foi o movimento
de Saúde.
O perfil do MOS é inicialmente
marcado por um tom alternativo-comunitarista disseminado pelas pastorais de
saúde da igreja católica, inspirado em métodos naturalistas, plantas medicinais
e remédios caseiros. Há uma profusão de caderninhos e cartilhas orientados por
esse sentido tosco, um tanto ruralista no trato de problemas da saúde.
Além desta marca do “Alternativo”
deixado originalmente pela Igreja Católica no MOS, também o espírito
assistencialista foi inicialmente o
companheiro número um da ação das pastorais.
Ainda sob a ditadura militar, os
chamados grupos de bairro organizados pelo trabalho da igreja em São Paulo começaram a interagir com
diversos profissionais e entidades da área de saúde, entre estudantes, médicos
– especialmente sanitaristas – e servidores.
O MOS, segundo Ana Maria Doimo em
sua obra “A vez e a voz do popular”, foi um dos mais bem sucedidos movimentos
reivindicativos de ação direta no que se refere a institucionalização de canais
legais de controle e participação em políticas públicas. Torna-o, também, um dos
únicos movimentos de amplitude nacional que inicia a década de 90 com
perspectivas de continuidade e com desenvoltura para referir-se à participação
na esfera política institucional sem a ojeriza e a alergia, tão próprias do
campo popular.
Bibliografia:
- DOIMO, A. M. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-70. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995.
Por Eros Augusto
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