quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Movimento custo de vida

Desenvolvendo-se e multiplicando-se a partir da periferia das grandes cidades, ainda sobre grande pressão da censura, os movimentos sociais populares denunciavam as mazelas do milagre econômico impulsionado pelos militares, que, por sua vez, enxergavam qualquer aproximação da classe proletária como “ameaça comunista”.
O crescimento rápido e desordenado das cidades aprofundou o crescimento das favelas. Para tratar de tal assunto abordo a seguinte definição:

De acordo com a definição da agência das Nações Unidas, UN-HABITAT; Favela é uma área degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias precárias, falta de infraestrutura e sem regularização fundiária.

Os movimentos tinham como mote a regulamentação dos loteamentos clandestinos, a obtenção de bens e serviços como a instalação de redes de esgoto, água, luz, creches, o direito a educação e a saúde e contra a remoção forçada dos favelados.
O Movimento custo de vida (MCV), é considerado como o primeiro movimento popular que ocupou as ruas no meio da década de 70 e que rapidamente ganhou expressão maciça e nacional.
Foto da manifestação.

Teve sua origem no Clube das Mães, em São Paulo, denunciando o alto custo de vida e as péssimas condições de vida das famílias trabalhadoras; evoluiu, entre 1975 e 1978 para a realização de grandes assembleias e comícios mobilizando milhares de pessoas, incorporando reivindicações mais amplas, como congelamento de preços de gêneros de primeira necessidade e concessão de abono salarial de 20% para todos os trabalhadores, recebendo apoio de alguns setores e entidades.
O MCV (que teve seu nome mudado mais tarde para Movimento Contra a Carestia) expandiu-se em todos os Estados, recebeu adesão de outras entidades e movimentos e coletou 1,3 milhões de assinaturas, culminando com uma manifestação de aproximadamente 20 mil pessoas na Praça da Sé em 1978. (Vide imagem acima)
Todavia, apesar da repressão policial, nenhuma autoridade se pronunciou sobre o acontecido ou quis receber a carta de abaixo assinado.
Esse movimento só veio a perder força, de acordo com Habert, quando a eclosão das grandes greves operárias deslocou o centro de referencia da contestação popular para o movimento sindical.

por Eros Augusto

Bibliografia:


HABERT, Nadine. A década de 70: Apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Ática, 1996. 

Organização das Nações Unidas. The Millennium Development Goals Report, 2007. Disponivel em: <http://www.un.org/millenniumgoals/pdf/mdg2007.pdf>.

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